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A pesquisa procederá de duas etapas: inicialmente se caracterizará por uma abordagem quantitativa de caráter documental, onde serão analisados os registros nos prontuários dos usuários submetidos à implementação do Kanban, a fim de verificar a data da admissão hospitalar, o procedimento ou tratamento proposto diante da justificativa de internação, a classificação por cores, mediante o período de internação de acordo com o Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Órteses, Próteses e Materiais especiais do SUS - (SIGTAP), bem como, o controle de realização de exames e avaliações de cada usuário, permitindo avaliar a construção do mapa cromático utilizado para sinalizar e refletir o tempo de permanência dos usuários no Serviço de Pronto Atendimento. A segunda etapa da pesquisa será uma abordagem qualitativa através de entrevista semi-estruturada com os trabalhadores da saúde do SPA, do tipo exploratório-descritiva. Sendo assim, o conhecimento desse trabalho poderá oferecer subsídios para o gerenciamento de leitos e com isso, reduzir os diversos obstáculos que influenciam a taxa de permanência dos usuários neste serviço, como um processo que poderá promover o compartilhar de experiências profissionais com a utilização do Kanban, fortalecendo a dimensão ética do trabalho em saúde. A entrevista carrega em si, a percepção dos participantes, não sendo possível a imposição de ideias do pesquisador, mas sim, que este se torne um bom ouvinte ao questioná-los. Neste sentido, Polit, Beck e Hungler (2004, p. 254) referem que a entrevista permite buscar "informações mais ricas e completas", possibilitando que os participantes expressem suas próprias convicções; permite também, estar atenta aos trabalhadores, à expressão de seus sentimentos, valores, diferentes modos de ser, agir, comportar-se nas vivências, bem como, evidenciar significados atribuídos pelos integrantes do processo de implementação do Kanban como tecnologia de cuidado. As entrevistas serão agendadas previamente com os trabalhadores, mediante sua autorização e disponibilidade de horário, bem como, com seu consentimento para o uso do gravador. As informações obtidas nas entrevistas serão gravadas, transcritas, registradas, bem como validadas com os participantes do estudo. Para a interpretação documental será realizado inicialmente um levantamento e organização do material coletado, através de uma leitura de todos os Prontuários para selecionar e registrar os dados que serão considerados importantes para a investigação, e que vão de encontro com o objetivo da pesquisa. Essa etapa configurar-se-á como fase de grande relevância no método da pesquisa documental, pois nessa etapa os documentos serão estudados e analisados de forma minuciosa. Essas informações serão organizadas através do mapeamento dos temas emergentes,que terão como objetivo agrupar as similaridades para facilitar a análise quantitativa, com os aspectos mais gerais da construção da pesquisa, fazendo o cruzamento a fim de perceber quais as informações que predominam nos prontuários de usuários em que o Kanban foi implementado e que serão relevantes para atingir os objetivo do estudo. A análise qualitativa será a partir das entrevistas, as quais serão registradas por gravação digital, transcritos de forma literal, sintetizados. Os dados obtidos através das entrevistas serão analisados a partir do método de análise textual discursiva proposta por Moraes e Galiazzi (2011), que se fundamenta em torno de quatro focos: a desmontagem dos textos (desconstrução e unitarização), que consiste num intenso envolvimento e impregnação com o conteúdo que será coletado nos encontros, resultando na sua fragmentação no intuito de procurar os sentidos em seus pormenores, buscando unidades de significado, que serão definidas conforme os objetivos da pesquisa; o estabelecimento de relações (processo de categorização), que consiste no processo de categorização que ocorrerá através da aproximação das unidades de significado, agrupando os elementos por semelhança, de modo a identificar as evidencias a partir do uso do Kanban como tecnologia de cuidado; captando o novo emergente (expressando as compreensões alcançadas) que consiste na produção de um metatexto que descreve e interpreta os sentidos e significados construídos a partir do corpus num esforço em expressar intuições e novos entendimentos atingidos, num movimento que busca a descrição e a interpretação dos dados; e um processo auto organizado (um processo de aprendizagem viva), que compreende um momento de intuição, no qual é preciso atenção para captar o novo emergente através da apreensão e produção do Kanban como tecnologia de cuidado (MORAES, GALIAZZI, 2011). |