Justificativa |
As mulheres no Brasil são vítimas de graves discriminações, tanto em termos de acesso a serviços públicos quanto de acesso ao crédito, à terra, à documentação, à formação profissional e à habitação. As desigualdades salariais entre homens e mulheres são marcantes, independentemente de classe social no mundo do trabalho. Nas profissões de nível superior, 52,8% dos homens recebem mais de dez salários mínimos e apenas 30,1% de mulheres atingem esse patamar salarial (RAIS 2002). As mulheres que trabalham estudaram mais tempo, em média 7,3 anos contra 6,3 dos homens, segundo estudo recente divulgado pelo IBGE. A desigualdade salarial é ainda maior se focarmos o universo das mulheres negras, que chegam a receber até 60% a menos que os homens brancos. Entre as trabalhadoras domésticas, 56% são negras.As mulheres, hoje, ainda, são vítimas do desprestígio social e político no trabalho, pois, apesar de já representarem em torno de 40% da população empregada, aproximadamente 44% vivem na informalidade. Na agricultura, as mulheres representam 33% da força de trabalho. No entanto, encontram-se majoritariamente na condição de não-assalariadas e/ou não-remuneradas, por se inserirem na economia de subsistência. |